sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Pensamentos de sexta feira

Dei por mim a pensar como alguém: uma amizade, um amor, um familiar... aos poucos se torna um estranho. 
Alguém que pensamos ser insubstituível e inigualável aos poucos vai-se dissipando num mar de memórias e risos que ficaram por dar, palavras que ficaram por dizer e momentos que muito tentaram em aparecer, bruscamente, mas não aconteceram.
Tantas vezes, amizades que dissipam sem razão, sem chatices, discussão. Apenas dissipam. Apenas se vão. Momentos em vão? Nisso não acredito. 
A frase, que muitos consideram um cliché: "Aprendemos com tudo que a vida nos ensina". É verdade. Até mesmo os que vão deixam uma lição, nem que seja a mais pequenina. 
É frustrante quando queremos que alguém fique permanentemente na nossa vida, mas de esforços não esforçados essa vontade fica por expressar.
Amizades que dizíamos:"Ainda bem que te conheci", que se tornam num "Como é que chegamos aqui? Ficamos assim?". Sem resposta. Sem retorno de um "Não sei, mas podemos tentar outra vez!".

Sim,dá vontade, vontade de voar uns anos atrás e voltar a dizer "Olá sou a/o..." e relembrar os risos, os choros, as aventuras e desventuras... Mas é aí que entendemos que as pessoas não são eternas mas as lembranças e memórias que elas nos deixam são. A presença de alguém não é permanente mas o que ela nos deixa é insubstituível  e todas as lições, desde a maior à mais pequena ficam connosco até ao fim da vida. 
Por isso de que adianta lamentarmos o que um dia nos fez rir, chorar, cantar, gritar. Pelo menos ainda temos algo connosco, a capacidade eterna e inigualável que é... lembrar.

- Bárbara Pires